Fáscia

A Fáscia é uma rede de tecido que envolve todo o corpo. Apesar de ser a parte do corpo humano menos estudada e entendida, tem atraído a atenção de cientistas, médicos e terapeutas. A faculdade de medicina da Universidade de Ulm tem um grupo - The Fascia Reserch Group (grupo de pesquisa da Fáscia) -  que se dedica ao estudo da mesma. A compreensão colectiva de como funciona a Fáscia contribuirá para uma melhoria dos cuidados de saúde convencionais e complementares. Entre estes cuidados complementares encontra-se a Terapia de Bowen.

Deixo a hiperligação e a tradução da página de boas vindas deste grupo: http://www.fasciaresearch.de/

The Fascia Reserch Group (grupo de pesquisa da fáscia) faz parte do departamento de Neurocirurgia Clínica de Günzburg da Universidade de Ulm, na Alemanha. Até 2016 fazia parte da antiga Divisão de Neuro-fisiologia da Universidade de Ulm. Em estreita colaboração com outros grupos de pesquisa internacionais dedicados, e em rápido desenvolvimento, à investigação da fáscia, tentamos explorar as propriedades biomecânicas, sensoriais e fisiológicas da ampla rede fascial do corpo humano. Os tecidos incluídos, no nosso entendimento de rede fascial, englobam aponeuroses, tecidos conjuntivos intra-musculares, tendões, ligamentos, cápsulas articulares, septo, retináculos e ainda o tecido conjuntivo denso não Modelado (irregular) tais como a fáscia nuchal e a fáscia plantar.

As actividades de investigação em curso deste grupo incluem:

  • Exame Mecanográfico e histológico da contractilidade fascial activa

  • Função da fáscia lombar humana no caminhar/andar

  • Resposta da fáscia humana à manipulação terapêutica, tais como tratamentos miofasciais manuais ou activo/passivo de alongamento

  • O papel dos canais de potássio activado por cálcio na proliferação de miofibroblastos e em doenças de proliferação fibrosa


Dor de Costas

A Dor de Costas é um dos problemas de saúde mais comuns na nossa sociedade e tem vindo a atingir proporções quase "epidémicas".

Estima-se que 80% dos adultos sofre pelo menos um episódio de dor nas costas em algum momento da sua vida, que uma em cada cinco pessoas vai ao médico pelo menos uma vez por causa da dor de costas e que em quase todas as famílias há pelo menos um elemento que sofre desta patologia. Este problema atinge todas as faixas etárias e não está de todo limitado a pessoas idosas, pessoas portadoras de patologias e lesionadas. Pode afectar todos, incluindo crianças e jovens em idade escolar.

Sendo um sintoma extremamente doloroso e incómodo, leva quem o tem, muitas vezes,  a faltar ao trabalho ou à escola bem como a ver afectado de forma drástica o seu quotidiano e a sua qualidade de vida.

Existem muitas teorias acerca dos vários tipos de dor de costas e muitas delas apontam para uma consequência do nosso estilo de vida moderna, onde grande parte do tempo é passado sentado, à frente de um computador, na maioria das vezes com uma má postura, e à diminuição cada vez maior do tempo que o ser humano dedica à mobilidade.

O nosso corpo foi projectado para se mover, para mudar de posição com frequência. Não para passar horas por dia, ao longo de semanas e anos, com pouco ou quase nenhum movimento o que causa inevitavelmente problemas nas costas.

Assim, é aconselhável fazer caminhadas e pequenas pausas ao longo do dia caso passe muito tempo sentado.

No entanto, se tem um problema de dor de costas saiba que a Terapia de Bowen pode ter a solução.


Hérnia Discal

hérnia discal é uma das causas mais comuns de dor lombar. É provocada pelo vazamento do núcleo de um disco intervertebral devido à sua degeneração.

Os discos intervertebrais situam-se entre cada corpo vertebral e servem como suporte, amortecedor e almofada protectora entre cada uma das 24 vértebras que compõem a coluna. Cada um destes discos é constituído por duas partes: uma camada exterior dura, densa e forte e um núcleo central mole e gelatinoso. Funcionam como uma espécie de estabilizadores da articulação pois são suficientemente firmes para manter o espaço entre as vértebras e, ao mesmo tempo, suficientemente moles para se comprimirem quando a coluna se dobra, flecte, inclina e se vira de lado.

De uma forma resumida e simplificada podemos dizer que uma hérnia discalacontece quando existe uma ruptura na camada externa de um disco intervertebral que permite o vazamento da parte central, mole e gelatinosa, para a zona interior do canal vertebral. Este vazamento anómalo causa pressão ou irritação sobre a medula e/ou raízes nervosas.

As razões do aparecimento de uma hérnia discal não são ainda, totalmente, compreendidas mas na sua maioria são atribuídas a uma combinação dos seguintes factores:

  • Envelhecimento do disco

  • Factores genéticos

  • Factores de risco individuais - trabalhos e desportos que implicam levantamento de peso excessivo ou dobrar-se e virar-se excessivamente

hérnia discal pode ocorrer em três segmentos distintos da coluna vertebral:

• Cervical – entre as vértebras no pescoço

• Torácica – entre as vértebras no tórax

• Lombar – entre as vértebras na parte inferior da coluna, acima da bacia

Os sintomas de uma hérnia discal podem ser vários mas em regra o primeiro é a dor de costas na área do disco, ou discos, que sofre alteração.

Se a hérnia for na região da cervical pode existir dor de pescoço, ombro, omoplata, braço e tórax, com dormência ou fraqueza no braço e ou dedos. Podem também surgir dores de cabeça e alterações da micção.

Se a hérnia for na região torácica os sintomas tendem a ser vagos, prolongados e muitas vezes enganosos. Pode existir dor nas costas, no tórax, no abdómen e nas pernas, com dormência numa ou em ambas as pernas. Pode também existir incontinência intestinal ou de bexiga.

Uma hérnia na zona lombar pode provocar dor na parte inferior das costas, na coxa e na perna - dor ciática. Pode também existir dormência, formigueiro nas nádegas ou na perna do lado da dor. Em situações mais graves de hérnia discal lombar, o nervo é comprimido de forma mais extensa podendo desenvolver-se sintomas como: dor rectal, perda de controlo do intestino e da bexiga, dormência em redor da área genital, nas nádegas ou na parte de trás das coxas.

Terapia de Bowen tem uma grande eficácia no alívio da dor causada pelahérnia discal evitando, muitas vezes, a necessidade de recorrer a tratamentos mais invasivos e os seus consequentes efeitos secundários.


Nevralgia do Trigémio

Nevralgia do Trigémio é um distúrbio neuropático do V nervo craniano - o nervo trigémeo que causa episódios de dor intensa na zona facial, lábios, olhos, nariz, mandíbula, testa e até mesmo no couro cabeludo. Este distúrbio provoca dores lancinantes em episódios que podem ter a duração de alguns segundos ou até dois minutos aproximadamente. As crises podem repetir-se até uma centena de vezes ao dia, tornando-se incapacitantes para quem sofre desta patologia. Uma crise pode ser deflagrada por algo tão simples como a mastigação, o escovar dos dentes ou até mesmo o sorrir.

Nevralgia do Trigémeo afecta principalmente indivíduos em idade adulta, mais frequentemente as mulheres e em particular os idosos.

A causa mais comum desta patologia é a existência de uma artéria "mal situada" que comprime o nervo trigémeo próximo do local onde este emerge do cérebro. A Nevralgia do Trigémeo pode também ser causada pela presença de esclerose múltipla, mais raramente por lesão por herpes zoster ou pela compressão causada pela existência de um tumor.

Terapia de Bowen pode ajudar na resolução e no alívio da dor causada pela Nevralgia do Trigémeo criando, entre outros efeitos benéficos, mais espaço no tecido conjuntivo e uma melhor irrigação sanguínea.


Tendinopatia

Tendinopatia é uma lesão comum e surge tanto em ambiente de trabalho como nas actividades desportivas.

Os factores de risco para a ocorrência deste tipo de lesão podem ser variados, tais como: 

  • Postura inadequada

  • Movimentos repetitivos - como o uso do "rato" do computador; alguns desportos e a execução de instrumentos musicais

  • Rigidez muscular

  • Actividades desportivas em excesso ou com técnica e material inadequados - falta de alongamentos; sobrecarga muscular; calçado e equipamento desadequados

  • Doenças auto-imunes - quando as células de defesa do nosso corpo reconhecem os tendões como inimigos por engano e começam a atacá-los

  • Stress - provoca o aparecimento de contracturas musculares e de fadiga que prejudicam os tendões

  • Idade do paciente - com o envelhecimento a circulação sanguínea pode não chegar aos tendões de forma eficiente

  • Uso de antibióticos da família das quinolonas – o uso deste fármaco pode aumentar o risco de lesões dos tendões

Os sintomas mais comuns da tendinopatia são, na maioria das vezes, presença de dor, calor e vermelhidão, sensibilidade ao toque, fadiga e sensação de peso, inchaço e limitação dos movimentos na região afectada.

tendinopatia pode ser de dois tipos diversos: A tendinite e a tendinose. A distinção entre ambas pode ser difícil, dado os sintomas serem muito semelhantes, mas é muito importante a fim de definir de forma eficaz a terapêutica a utilizar.

tendinite é a inflamação de um tendão resultante de pequenas rupturas sempre que o músculo e respectivo tendão são submetidos a cargas muito intensas e aplicadas de forma brusca e repentina.

tendinose é um processo degenerativo do colagéneo de um tendão como resultado de um excesso de uso crónico sem que o tendão tenha tempo para repousar e cicatrizar. A tendinose pode resultar devido a longas horas de actividades desportivas, uso de computadores e instrumentos musicais ou outras actividades manuais.

A distinção entre tendinite tendinose é possível mediante recurso à ecografia ou à ressonância magnética. No entanto, de um modo geral, estas lesões são diagnosticadas com base nos elementos de natureza clínica.

Enquanto para a tendinite o tratamento tem como objectivo reduzir a inflamação, esta não está presente na tendinose. Assim, os medicamentos anti-inflamatórios e as injecções de corticóides não devem ser utilizados no tratamento das tendinoses. Estes fármacos não só podem acelerar o processo degenerativo e tornar o tendão mais susceptível a novas lesões, e consequentemente aumentar o risco de ruptura, como também retardar a reparação do colagéneo.

Os tempo de recuperação da tendinite e da tendinose são diferentes mas em ambos os casos podem ser morosos. Na tendiniteo tratamento pode levar até 6 semanas dependendo se este tem início numa fase precoce ou mais avançada. Na tendinose pode levar 6 a 10 semanas numa fase inicial e 3 a 9 meses numa fase avançada ou crónica.

A Terapia de Bowen é extremamente eficaz no tratamento destas patologias de forma suave e não invasiva e sem ajustamentos estruturais nem manipulações forçosas.

Fontes

Evelyn Bass, Tendinopathy: Why the Difference Between Tendinitis and Tendinosis Matters, Int J Ther Massage Bodywork. 2012; 5 (1): 14–17

Hans-Wilhelm Mueller-Wohlfahrt e col., Terminology and classification of muscle injuries in sport: a consensus statement, Br J Sports Med, 18 October 2012 

Murray Heber, Tendinosis vs. Tendonitis

Fernando Fonseca, Lesões tendinosas no desporto, Actualidades terapêuticas; Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Janeiro de 2011